Não é fácil escrever sobre a figura do pai. Confesso que quebrei a cabeça para tentar chegar ao texto que segue nas próximas linhas. Como tentar definir em palavras o que essa figura representa na vida da grande maioria das pessoas. Quem tem ou já teve um paizão em casa, de sangue ou de coração, sabe bem do que eu estou falando. E o medo de não conseguir me expressar direito e levar aquele puxão de orelha. Mas, vamos tentar.

Para tentar criar algo, primeiro olhei para trás. Para o passado mesmo. A gente não é nada sem história, sem raiz, sem saber de onde viemos. Você começa a vida carregando a história que foi trilhada pelo seu pai, carregamos um sobrenome e expectativas. Se formos parecidos fisicamente com nossos pais então, a história que carregamos será ainda maior e mais lembrada por todos. Não adianta qual seu nome, se você for a cara do seu pai, Antônio ou João, você será o Toninho ou o Joãozinho. É assim mesmo.

E quando ficar um pouco mais velho e começar a frequentar as casas dos amigos ou mesmo namorar? Ah, os anos que já se passaram terão um peso enorme, pode apostar. “Olha querido, esse menino e filho do João da Quitanda, vem de família boa”. Não é assim? Quem nunca passou por isso?

Mas, nossa raiz só existe para nos dar segurança para aguentar todos os desafios pela frente. Para se entender a figura do pai, tem que se olhar para frente. Para o futuro que queremos e sabemos que podemos construir, graças as mãos fortes que nos guiaram sempre.

Toda essa segurança é fruto do que nos foi passado. É reflexo do que nos foi ensinado. Das cobranças por notas boas na escola, para chegar na hora combinada depois do passeio ou balada, pelo respeito com os mais velhos e com o carinho por nossa mãe.

O futuro do filho, na maioria das vezes, está alicerçado no que foi compartilhado com o pai, no exemplo que foi passado por essa figura tão forte. Eu, que tenho dois filhos de coração, me espelho no que tive em casa. As frases são batidas, mas tem como fugir dos tradicionais “seguirei seus passos”, “você é meu herói”, etc.

Nada como ter uma raiz forte em casa para saber que aguentamos qualquer ventania no futuro.

“Pai, eu não faço questão de ser tudo

Eu só não quero e não vou ficar mudo

Pra falar de amor pra você”

Na letra que foi imortalizada na voz de Fábio Júnior, tento encerrar esse homenagem a todos os pais e ao meu pai, Corauci Neto. PAI, eu faço questão de ser tudo. Fico feliz apenas por ser chamado de FILHO.