A palavra “cesta” tem uma forte relação com carinho, atenção. Você compra uma cesta de café da manhã para uma pessoa que gosta, como sua esposa ou sua mãe. No dia dos namorados então, é sempre algo muito lembrado. E o que falar de uma cesta básica? Algo tão ligado à solidariedade, a ajuda ao próximo. É símbolo de fraternidade.
Em Ribeirão Preto, a Prefeitura vem enchendo uma verdadeira cesta de trapalhadas e desrespeito. Ingredientes de total descaso são colocados dia após dia. Tudo isso em meio à pandemia do Covid-19.
Os últimos itens foram adicionados nesta semana. O prefeito Duarte Nogueira, em primeiro lugar, colocou a ilusão de que Ribeirão Preto caminha a passos firmes rumo a retomada segura da rotina de uma cidade próspera. Ele disse, com todas as palavras, que a cidade se prepara para pular uma etapa do Plano do Governo do Estado para o fim da quarentena. O chefe do Executivo acredita que Ribeirão Preto, que foi rebaixado para a fase vermelha, aquela onde todos os serviços não-essenciais são fechados, pode ir direto para a fase 3, quando até bares e restaurantes voltam a receber o público. Como acreditar na afirmação do prefeito?
Todas as palavras surgem ao mesmo tempo em que a mesma Prefeitura comandada por Duarte Nogueira entra com uma ação para manter a superlotação nos ônibus de Ribeirão Preto, apontada como um dos pontos de maior propagação do Coronavírus. Com uma frota menor no transporte público, os usuários se apertam e são colocados em risco. Qual a solução mágica encontrado pelo governo?
Aliás, mágica é o que a prefeitura parece esperar para ajudar a população que mais precisa. A inércia da prefeitura na entrega de alimentos para as famílias carentes ficou ainda mais evidente nesta semana. O secretário de Assistência Social, homem de confiança de Duarte Nogueira, falou com todas as letras na Câmara de Ribeirão Preto que a pasta que ele comanda não comprou nenhuma cesta básica para entregar à população. É isso mesmo: ZERO. Tudo que foi entregue até agora é fruto de doação, da solidariedade de pessoas que estão realmente comprometidas com o próximo.
Este episódio se junta a outros que já mostraram o total desrespeito deste governo com a população. Primeiro foi a demora para dar alimentos para os alunos matriculados na rede pública, mesmo com recursos vindos do governo federal. Depois, a entrega de um kit vergonhoso, com um quilo de arroz, feijão, macarrão e leite em pó. Isso para que as crianças se alimentem por um mês. E ainda veio a inércia para assinar o convênio que garante a gratuidade do Bom Prato. É total paralisia frente a uma crise gigantesca.
Infelizmente, a cesta de desrespeitos ainda parece estar longe de ser lacrada. Por mais ilusões que o governo tente vender, os ingredientes de uma receita muito amarga para a população parecem encher os armários do Palácio Rio Branco.
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