Como o Tribuna havia antecipado no dia 11, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) terá correção de 11,08%. O mesmo percentual de correção vale para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), infrações e taxas municipais.
Jean Corauci argumenta que a correção não deve ser feita porque a população está tentando se recuperar de uma grave crise econômica com muitas pessoas desempregadas. “Usa-se como desculpa que está se usando o mesmo índice de correção do salário mínimo, mas o prefeito esquece que por causa da pandemia muitas pessoas não têm nem mesmo salário”, diz Corauci.
“É um governo sem sensibilidade nenhuma”, critica o vereador. O projeto não tem data para ser votado em plenário, mas mesmo que seja aprovado vai gerar uma batalha jurídica, já que a correção do IPTU pela inflação acumulada está prevista em lei e no Código Tributário Nacional e no Municipal (lei número 2.415/1970).
Faz três anos que a prefeitura de Ribeirão Preto desistiu de revisar a Planta Genérica de Valores (PGV), depois de duas tentativas que foram barradas na Câmara de Vereadores, em 2017 e 2018. A revisão alteraria o valor venal dos imóveis com reflexo no IPTU. O reajuste de 11,08% passa a vigorar a partir de 1º de janeiro. A correção dos tributos municipais tem por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Inflação acumulada
O percentual é referente à inflação acumulada entre novembro de 2020 a outubro de 2021 – o índice de 11,08% foi anunciado no dia 10 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O INPC vem sendo usado como indexador dos tributos municipais há vários anos e tem por base o Código Tributário Nacional e o Municipal (lei número 2.415/1970).
Neste ano, foi reajustado em 4,77%. Em 2020, o IPTU sofreu correção de 2,55% e, em 2019, de 4%. A aplicação do INPC como indexador oficial dos tributos e taxas municipais está prevista em lei. A Planta Genérica não passa por mudanças desde 2012 – o projeto aprovado começou a valer em 2013, com um limitador de 130% aprovado pela Câmara, mas muitos contribuintes receberam carnês com aumentos superiores a 500%.
Revisão da PGV
Em 2018, a prefeitura tentou revisar a PGV, com reflexo no IPTU do ano seguinte. Porém, em sessão extraordinária, a Câmara de Vereadores rejeitou a proposta do Executivo. Com a decisão, a Secretaria Municipal da Fazenda teve de reajustar o IPTU de 2019 em 4%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Carnês
No início deste ano, a Secretaria da Fazenda tinha 332.385 cadastros ativos do IPTU. Porém, o número de propriedades é superior. Foram emitidos carnês para 296.235 imóveis prediais – residências, lojas comerciais e de prestação de serviços, shopping centers e industriais – e 44.217 imóveis territoriais (terrenos), totalizando 340.452.
São 8.067 a mais porque uma pessoa ou empresa pode ter mais de um imóvel. A prefeitura decidiu contratar empresa terceirizada para impressão e montagem dos carnês de IPTU e de ISS autônomo, segundo edital de licitação (pregão eletrônico) publicado no Diário Oficial de quinta-feira (25). O prazo para pagamento da primeira parcela e da cota única, geralmente, é estipulado pela Fazenda para o começo de janeiro.
Arrecadação
A prefeitura de Ribeirão Preto espera elevar em 1,7% a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano de 2022 em relação ao montante previsto para este ano, saltando de R$ 431.763.400 para R$ 439.000.000, aporte de R$ 7.236.600. A previsão consta da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, que deve ser votada em dezembro na Câmara de Vereadores.
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